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Meu primeiro amor!

Eu não conheci o primeiro homem da minha vida na escola, nem na minha rua ou nas férias de qualquer verão. O meu primeiro amor foi predestinado pra mim em vidas passadas, ele tinha que ser meu, eu tinha que ser dele. Eu nasci pra que ele pudesse me chamar de sua. E assim aconteceu!
O primeiro amor da minha vida era um charme! Eu me orgulhava de ser dele, e sei que ele se orgulhava de seu meu também. Ele carregava consigo uma foto minha e adorava mostrar pra todo mundo e dizer que eu era linda! Meu primeiro amor cantava lindamente e me deixava tímida quando pegava o microfone e me oferecia uma canção. Eu até chorava, não de emoção, mas de vergonha. Eu era muito nova, achava que todo mundo estava achando graça daquilo tudo. Não sei por quê. Hoje eu ainda choro quando me lembro disso, mas choro de emoção e orgulho em saber que ele cantava pra mim “Te amei como ninguém te amou, querida....
O meu primeiro amor dançava muito bem! Dançava não, flutuava. Era pé-de-valsa mesmo, sério. Não cheguei a dançar muito com ele, mas adorava assistir ele dançando com as outras mulheres da sua vida. Meu primeiro amor era ciumento, mas ainda assim ele gostava de me exibir. Adorava me ouvir cantando, e lembro bem que na minha primeira vez em um palco eu só conseguia ver os olhos dele brilhando, bem de longe, enquanto eu cantava “Nem o Sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas, tudo isso não tem valor sem ter você. Sem você nem o som da mais linda melodia, nem os versos dessa canção iam valer. Nem o perfume de todas as rosas é igual a doce presença do seu amor. O amor estava aqui, mas eu nunca saberia tudo isso se revelou, quando te vi.” Naquele momento eu não imaginava o quanto essas palavras significariam pra mim quando ele não estivesse mais ao meu lado.
Eu sei que o meu primeiro amor me amou como ninguém, e sei que jamais amarei alguém como eu ainda o amo. O mês de março é doloroso pra mim. Foi em um mês de março a última vez que eu o vi, o seu último aniversário ao meu lado... a última vez que ouvi sua voz me chamar de “Taninha”. Ele sempre soube viver intensamente, viver como ninguém! Fez muito besteira, afinal, ninguém é perfeito. As pessoas podem falar dos seus erros, e até sentirem alguma mágoa ou rancor. Mas comigo foi diferente. Comigo é diferente. Ele me deixou antes de me mostrar um lado ruim, como um jogador de futebol que deixa o campo no auge da carreira. Pode não ter sido o auge da sua vida, mas pra mim ele estava no topo da minha lista!
O meu primeiro amor me deixou há nove anos, mas eu não deixei de amá-lo e de sentir sua presença em cada conquista minha ou em cada confusão que eu me meto. Ás vezes ainda me pego conversando com ele, me sinto até meio boba, mas isso me traz paz. Eu não preciso falar alto, a nossa conexão é forte e sei que ele me escuta. Pode não me ouvir todas as vezes, mas nos momentos mais importantes eu sei que ele dá o seu jeitinho de olhar pra mim, nem que seja bem de longe.
Tenho muito orgulho de ter tido um grande amor na minha vida! Um amor que mesmo não estando mais comigo ainda posso encher a boca pra chamar de meu. Meu, meu, meu, muito meu... meu Pai!